Mineiro de Patos de Minas (mesma cidade em que nascera meu avô materno, o saudoso seu José), Paulo Piau é engenheiro agrônomo e produtor rural e foi eleito deputado federal (2011-2015) pelo PMDB-MG.
Segundo indica matéria do jornalista Gabriel Mascarenhas publicada no Correio Braziliense, o parlamentar
contou com uma colaboração dos empresários do agronegócio para se eleger. Mais de R$ 990 mil — o que corresponde a 41,7% dos R$ 2.380.528 que declarou ter recebido em doações — vieram de investidores que devem ter agradecido um documento menos rigoroso.
Conforme relata Márcio Santilli,
Piau propõe a supressão de 21 dispositivos que retiram da lei todos os princípios e várias das definições dos tipos de áreas passíveis de conservação, todas as extensões de APPs (Áreas de Preservação Permanente), a competência do Ibama (Instituito Brasileiro do Meio Ambiente) para proteger espécies ameaçadas de extinção, os instrumentos que restaram para a proteção parcial de veredas, apicuns e áreas de pousio, além de recusar a destinação de parte do pagamento pelo uso da água para a recuperação de matas ciliares.
Juntando uma coisa (a campanha eleitoral de Paulo Piau obteve financiamento de poderosos ruralistas) à outra (o deputado, com a caneta na mão, fez de tudo para aliviar a barra de quem já passa por cima da lei ambiental com trator), o resultado é podre.
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Segundo o Dicionário Houaiss de Língua Portuguesa, piau é tanto "agressão física; surra, sova" quanto "engano propositado contra alguém; logro".
Como diz o provérbio latino, "Nomen est omen" (Nome é destino). E o destino das florestas brasileiras, agora à mercê de sanção da presidenta Dilma Rousseff, infelizmente tem tudo para ser sombrio. Anistiar os desmatadores é permitir legalmente que se dê um piau sem dó em nossas matas.
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